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José Morgado responde aos leitores sobre a presença portuguesa nos Jogos Olímpicos
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José Morgado
5:00
Boa tarde a todos, já estou por aqui pronto para responder às vossas perguntas!
Francisco
5:00
Boa tarde José. Neste momento, e face aos resultados que têm vindo a ser conquistados pelos portugueses, os JO de Tóquio podem ser os melhores de sempre quanto a medalhas?
José Morgado
5:03
É claro que atirar um palpite ambicioso para a participação olímpica de Portugal é sempre arriscado, mas sem dúvida que os resultados recentes nos dão esperanças de que podemos atingir a nossa participação de sempre.

Recorde-se que a melhor foi em Los Angeles'1984, com uma medalha de ouro e duas de bronze. Se todos os principais atletas portugueses estiverem ao seu melhor... é possível, mas sabemos o quão especiais são as condições e o enquadramento de uns Jogos. Especialmente estes...
Guest
5:03
Boa tarde,
Existem mais alguns atletas que ainda podem garantir a qualificação para os Jogos Olímpicos além dos que sabemos que já o fizeram?
José Morgado
5:08
Portugal tem nesta altura 54 atletas apurados para os Jogos, uma comitiva ainda muito mais pequena do que aquela que levámos ao Rio, por exemplo, com 92. Mas ainda há uma série de modalidades cuja qualificação ainda não fechou, como é o caso do ténis ou do triatlo, para dar apenas estes dois exemplos.

E no atletismo, por exemplo, ainda há muito tempo para obter mínimos.
Roberto
5:11
Boa tarde , quais as espectativas quanto á seleção de andebol?
José Morgado
5:12
A qualificação olímpica é, por si só, um feito histórico. Portugal está agora no lote das 12 seleções que vão competir em Tóquio o que deixa sem dúvida uma esperança de que um bom resultado é possível. A fase de grupos joga-se em dois grupos de 6, com os quatro primeiros a passarem aos quartos-de-final e acredito que a essa fase temos muito boas chances de chegar. A partir daí... é sonhar porque tudo é possível.
Rui Castro
5:12
Qual será a nossa melhor aposta para a conquista de uma medalha?
José Morgado
5:20
Portugal tem nesta altura uma série de atletas que integram o lote de melhores do Mundo das suas modalidades. Fernando Pimenta na canoagem (e outras tripulações), Pedro Pichardo, Patrícia Mamona e Auriol Dongmo no atletismo (ainda agora todos eles campeões europeus), o ciclismo de pista, a seleção de ténis de mesa e, como já referido, a seleção de andebol, são algumas das boas chances que levamos a Tóquio, mas há outras modalidades de desfecho mais imprevisível em que temos chances, como o surf, a vela ou o triatlo, por exemplo.
Ramiro
5:20
Frederico Varandad comprometeu-se a manter o Gabinete Olimpico promovido antes da sua presidência. Porém tem feito por desmantela-lo constantemente. Que quer isto dizer para o desporto português e para os seus atletas? Como se explica este corte em modalidades de baixo custo?
José Morgado
5:23
Vivemos tempos complicados, mas é absolutamente fundamental que os grandes clubes portugueses mantenham sólidos projetos olímpicos, como tem acontecido nos últimos tempos com Benfica e Sporting.
5:26
De modo geral, o desinvestimento do Sporting é uma péssima notícia para o desporto português, ainda que ela não seja transversal a todas as modalidades. Outras houve em que a direção leonina reforçou aposta com resultados que ficaram visíveis recentemente nos Europeus de pista coberta.
Pedro
5:26
É justo dizer que o desporto nacional, de forma global, está no nível mais forte de sempre?
José Morgado
5:27
Esse tipo de avaliação é sempre subjetiva, mas vivemos um bom momento para aquilo que é a nossa dimensão, inclusivamente em modalidades que não são olímpicas, como é o caso do motociclismo, por exemplo. No entanto, uma boa participação olímpica -- a melhor de sempre, de preferência -- poderia consolidar esse bom momento.
Carla Nunes
5:28
Há alguma razão para os nossos atletas quase sempre falharem nas grandes competições?
José Morgado
5:30
Penso que essa generalização é um pouco injusta. No que diz respeito aos Jogos Olímpicos, é preciso recordar que é uma competição que se disputa apenas de quatro em quatro anos e de caraterísticas totalmente distintas de todas as outras. Na maioria das modalidades, é o evento mais importante da carreira para todos os atletas envolvidos e estar no pico de forma naquele dia específico não é tarefa fácil.
Guest
5:31
Boa tarde, creio que Portugal terá uma oportunidade de medalhas no triplo salto masculino, lançamento peso feminino, canoagem, talvez no judo e pouco mais. Não temos meio fundo ou fundo como antigamente, 1.5, 3, 5 ou 10.000 já não somos competitivos. O Andebol fará boa figura mas sejamos realistas. Por fim talvez na marcha possamos surpreender mas as chinesas dominam
José Morgado
5:32
Eis uma boa previsão daquilo que poderão ser as nossas chances!
Carlos Salvador
5:33
Boa tarde,

Desde dos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, Portugal obteve 9 medalhas.

Comparando com outros países com populações próximas de Portugal (8-12M), praticamente só países de terceiro mundo foram piores a nível de medalhas nas provas dos Jogos Olímpicos de Verão.

As bolsas olímpicas mal dão para pagar os custos básicos de qualquer pessoa quanto mais viagens para as competições, estágios ou material desportivo.

O papel do Olimpismo em Portugal ficou a cargo dos clubes de futebol nos últimos anos que têm sustentado atletas olímpicos.

Talvez esteja na altura de Portugal discutir Olimpismo, não acha?
José Morgado
5:37
Sem dúvida. Portugal sofre com um evidente problema de falta de cultura desportiva que se alastra também a quem decide, a quem apoia e a quem vê desporto. Não nos podemos lembrar da maioria das modalidades olímpicas apenas durante três semanas quando durante quatro anos não nos preocupamos nem debatemos sobre se os atletas têm ou não as condições ideais para alcançarem bons resultados.
Tiago
5:38
Boa tarde, José.

No que toca ao ténis, quantos jogadores é que se apuram para os JO? São os mesmos que num Grand Slam? Também existe qualifying ou começa-se logo com o quadro principal?
José Morgado
5:40
Em relação ao ténis, apuram-se diretamente 56 jogadores em singulares e mais 24 duplas para a variante de pares, sendo que cada país só pode levar um máximo de quatro tenistas. Nesta altura, os portugueses estão fora do lote de apurados, mas não por muito, uma vez que países como Espanha, França, Estamos Unidos e Itália terão de deixar de fora vários jogadores que estão à frente dos portugueses que têm chances reais de apuramento -- João e Pedro Sousa.

Não há qualifying. Há singulares, pares e pares mistos.
Pedro Araújo
5:41
Existe algum tenista português com boas possibilidades de se qualificar para os jogos? João Sousa, Pedro Sousa, Frederico Silva...?
José Morgado
5:42
Qualquer um dos três tem chances (especialmente os dois primeiros, tendo também em conta algumas alterações feitas aos rankings), mas terão obrigatoriamente de fazer melhores resultados nos próximos meses. O 'cut' é na segunda-feira depois de Roland Garros!
Guest
5:43
José quem são os favoritos no triplo salto masculino, com melhores marcas que Pedro Pichardo?
José Morgado
5:44
Em 2021, só Hugues Zango tem melhor marca do que Pichardo. Depois há uma série de outros atletas -- especialmente norte-americanos -- que potencialmente vão aparecer em forma nos Jogos.
Victor
5:44
Para quando a inclusão do hóquei em patins como modalidade olímpica?
José Morgado
5:46
O hóquei em patins marcou presença apenas nos Jogos de Barcelona 1992 de forma experimental e infelizmente não voltou a integrar o calendário olímpico. Será difícil que integre enquanto a própria modalidade não tiver uma estrutura de liderança internacional sólida, como atualmente acontece...

Mais facilmente teremos o futsal, por exemplo, nos Jogos, até porque recentemente contámos com o Futsal nos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires. E ganhámos o ouro em femininos!
Joaquim Almeida
5:46
Boa tarde. Como vê a falta de um atleta masculino com mínimos para a maratona, uma prova em que normalmente temos sempre bons atletas?
José Morgado
5:49
É difícil encontrar-se uma justificação para isso. É certo que ultimamente não têm tido oportunidades para procurar mínimos, mas nas tentativas anteriores todos os atletas ficaram bem longe da marca. O que ficou mais perto foi Rui Pinto, mas a 3 minutos de o conseguir (uma eternidade). Diria que a falta de condições de treino possa ser uma justificação. Quando falo em condições de treino é mais no sentido do trabalho de equipa, de se formarem grupos de treino para fazer os atletas motivarem-se e evoluírem. Esse é um 'protocolo' muito visto lá fora, em Espanha, por exemplo, mas que por cá pouco ou nada se vê. Mas acima de tudo o que falta agora são oportunidades para os maratonistas portugueses competirem. E isso está bastante complicado pela falta de provas...
Pedro Araújo
5:49
Serão os últimos jogos da Telma Monteiro, será que é desta que conquista a grande medalha de ouro que lhe falta? A concorrência está forte, mas se tiver ao seu melhor nível e também com alguma sorte no sorteio pode lá chegar...

Não esquecer também Jorge Fonseca, Catarina Costa e Bárbara Timo. O judo é imprevisível e um bom dia pode resultar numa medalha.
José Morgado
5:50
Em relação ao judo, o grande ponto é mesmo esse: é uma modalidade muito imprevisível e resolvida apenas num dia. Telma Monteiro, uma das mais brilhantes atletas da história do nosso país, é sempre alguém a ter em conta para uma medalha em todas as grandes competições e o ouro olímpico seria ouro sobre azul para uma carreira memorável.
Pedro
5:55
O que acha do recurso de naturalizações no atletismo para obtenção de medalhas, não acha que desvaloriza um pouco o estado actual do atletismo português?
José Morgado
5:57
Desde que feitas dentro da legalidade, não tenho absolutamente nada contra as naturalizações por princípio. Elas acontecem em diferentes modalidades e nos mais diversos país. Pepe, Pichardo, Dongmo ou Iturriza representam Portugal com o mesmo orgulho que eu representaria e devem merecer da nossa parte o mesmo apoio!
5:58
Obrigado a todos pelas vossas perguntas!
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