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Luís Avelãs responde aos leitores
desenvolvido porJotCast
Luís Avelãs
4:00
Boa tarde. Podem enviar as vossas questões.
Pedro Caria
4:00
O andebol vai conseguir o apuramento?
Luís Avelãs
4:04
Penso que sim. Foi pena a derrota de hoje contra a Suécia porque, mais uma vez, a Seleção mostrou ter a capacidade de jogar olhos nos olhos com as melhores equipas do Mundo. Os suecos são muito fortes, todos sabemos, mas só nos bateram por um golo. E deixando de lado tudo o resto - livres de sete metros desperdiçados, arbitragem com um critério pouco uniforme nas exclusões e uma série de golos fáceis do adversário ao recuperar a bola quando Portugal atacava sem guarda-redes -, bastaria um último ataque mais esclarecido e teria sido possível garantir o empate, desfecho que nos colocaria muito perto dos quartos-de-final. O torneio está a ser mais equilibrado do que seria previsível, o Japão está longe de poder ser considerado um opositor fraco, mas creio que independentemente do desfecho com a poderosa Dinamarca, Portugal carimbará a qualificação para a fase seguinte derrotando a equipa da casa.
Pedro Neto
4:05
Que balanço se pode fazer até agora da prestação portuguesa?
Luís Avelãs
4:10
Ainda é cedo para grandes balanços mas, até à data, temos tido um pouco de tudo: resultados acima das previsões, outros dentro da normalidade e também alguns aquém do aguardado. Ainda não falhou ninguém que tivesse amplo favoritismo a conquistar medalhas, mas quem poderia ter ficado surpreendido se a Catarina Costa, a Telma Monteiro, o Rui Bragança, a Yolanda Sequeira, a Teresa Bonvalot, o Gustavo Ribeiro, o João Pereira, o Anri Egutidze ou a Bárbara Timo tivessem chegado ao pódio? Todos já o fizeram em Europeus e/ ou Mundiais. E a Telmo até nos Jogos! Há provas em que basta um pequeno deslize, um momento menos bom e vai tudo ao ar. O judo, por exemplo, é muito assim. Tivemos várias derrotas nos desempates, no ponto de ouro, por castigos. Foram diferenças mínimas e podia ter sido ao contrário. Depois, claro, há atletas com ambições realisticamente diferentes e que participam com outros objetivos.
Optimista
4:10
O objetivo das três medalhas vai ser atingido?
Luís Avelãs
4:11
Acho que sim! Espero que sim! Há valor para isso, experiência acumulada, resultados vários que apontam nesse cenário. A questão é saber se os astros vão estar devidamente alinhados no dia certo.
Carla Braga
4:11
Tem opinião sobre a bizarra situação de SImon Biles, a melhor ginasta do momento?
Luís Avelãs
4:18
Sou daqueles que consideram o desporto algo essencial para a nossa vida, para a saúde, física e mental. Mas, quando em causa está o desporto de alto rendimento, tudo muda. A pressão inerente é, em muitos casos, bastante violenta e acaba por provocar desequilíbrios evidentes nos atletas. Aqui e ali, os melhores não ganham apenas porque mentalmente não conseguem dar o seu melhor. Tão simples quanto isto. Não é por falta de qualidade, de preparação, de empenho. É a cabeça que bloqueia e que de seguida origina uma série de reações que deitam tudo a perder. Biles é a melhor ginasta do Mundo, uma das melhores de todos os tempos, mas teve um exrecício mau (fraco para o seu nível), colocou em causa o resultado da equipa e, de forma resumida, entrou em colapso. Naomi Osaka, do ténis, vive com esses problemas e apesar de ser claramente superior saiu dos Jogos vergada a uma derrota com a 42.ª do ranking. Provavelmente, amanhã, noutro contexto, ganhava facilmente. O desporto de alto rendimento não é amigo da saúde!
Sandra
4:18
Somos assim tão fracos desportivamente, conforme nos diz a tabela das medalhas?
Luís Avelãs
4:23
Não, de todo. É verdade que não temos ainda qualquer medalha, ao invés do que sucede com países que, para a maioria dos portugueses, são completamente desconhecidos. Contudo, se é justo falar em falta de apoios para os atletas crescerem ao longo dos anos (é uma realidade), não se pode dizer que as Bermudas, por exemplo, são um país com um desporto mais forte que o nosso do ponto de vista global. Atente-se nos casos evidentes da Jamaica e do Quénia. Uns são fortíssimos na velocidade do atletismo e outro no meio-fundo e fundo. Ganham sempre várias medalhas só nessas vertentes, mas têm um desporto mais forte que o português. De madeira alguma! É preciso ter alguma ponderação quando se querem fazer leituras mais abrangentes dos resultados. As generalizações não costumam ser muito racionais.
António
4:23
Terá o auge da nadadora norte-americana Katie Ledecky já passado? Já Michael Phelps atingiu o auge em Atenas e Pequim respetivamente com 19 e 23 anos onde tentou o objetivo de conseguir as 8 medalhas de ouro. Ora Ledecky já tem 24 e a verdade é que já ganha medalhas desde dos 15, em Londres...
Luís Avelãs
4:27
O desporto não é uma ciência exata e existem modalidades ou especialidades em que o período de rendimento de topo não é assim tão duradouro. De resto, convém também relembrar que estes Jogos Olímpicos surgem 5 anos depois dos últimos. Passaram muitos meses, semanas e dias. Não é fácil chegar lá acima, mas é mais complicado ficar lá anos a fio. Ledecky continua a ser sensacional, mas faz anos, viu aparecer concorrência igualmente com muita qualidade e com mais poder atlético. Penso que se trata apenas de uma evolução normal. De resto, histórias como a de Phelps não surgem todos os dias...
Pedro
4:27
Que lhe parecem as novas modalidades? Fazem sentido no movimento olímpico?
Luís Avelãs
4:33
Isso levar-nos-ia a uma discussão bastante interessante. A escalada, com todo o respeito, é desporto? E o skate? Há quem não tenha dúvidas em dizer que sim, quem seja completamente contrário e quem tenha dúvidas. Eu, assumo, tenho alguma resistência a certas coisas, mas também tenho face ao karaté ou ao dressage, por exemplo. Dentro destas questões, porém, existem outras. Se é complicado introduzir novas modalidades, se isso só acontece às custas do emagrecimento de outras, fará sentido apelar a modalides como a escalada e o skate, deixando de fora futsal e futebol de praia, por exemplo? E nestes casos nem se pode argumentar que são desportos praticados em poucas nações. Aliás, esse argumento que sempre 'queimou' o hóquei em patins não é utilizado com o softball/basebol porquê? Há muitos interesses e lóbis pelo meio e isso, como sempre, também conta muito. Imenso!
MÁRIO DA SILVA JESUS
4:33
Boa Tarde, Senhor Luís Avelãs, será que ainda vamos ter dias menos "cinzentos",  e que sempre podemos sonhar com uma medalha?
Luís Avelãs
4:34
Uma? Continuo fiel à minha previsão de 4. Já começo a ter dúvidas da versão mais otimista (6), mas não coloco sequer a pessimista (2). Vamos ter calma que isto melhora.
Guest
4:34
se tivesse de apostar numa medalha para Portugal, qual seria a sua aposta?
Luís Avelãs
4:36
Se fosse só numa: Pedro Pichardo no triplo salto masculino. Mas Fernando Pimenta também ganha. E dificilmente a Auriel Dongmo deixa escapar uma. E depois ainda há Jorge Fonseca, Rochele Nunes, o 470 e o 49er na vela, o João Vieira, a Patrícia Mamona, mais embarcações na canoagem, etc...
Luis
4:36
Para quando o hóquei em Patins como modalidade Olimpica
Luís Avelãs
4:40
Em 1992, em Barcelona, testemunhei a competição de hóquei em patins como modalidade de exibição e confirmei que existe uma tremenda má vontade com o hóquei. Falava-se que só existiam quatro favoritos, que a representação asiática era muito fraca, que a modalidade era disputada em poucos países, etc, etc, mas a verdade é que todas essas questões podem facilmente ser levantadas noutros desportos e, aparentemente, ninguém o faz. O hóquei nunca teve um lóbi forte e, já agora, acho que as pessoas da modalidade também têm responsabilidade nessa matéria. É preciso saber trabalhar bem nos corredores da influência...
Luis
4:40
Vivo em Inglaterra. e vejo os apoios que os atletas Olímpicos Ingleses têm do ponto de vista financeiro e não só e muito sinceramente penso que face á discrepância na preparação para estes jogos entre Portugal e outros Países mais ricos, acho muito difícil Portugal atingir qualquer medalha (talvez no Judo o João Fonseca). Nas várias modalidades tem-se assistido a um ritmo intenso e a um nível muito elevado que só a dedicação exclusiva do atleta pode produzir melhores resultados. Infelizmente Portugal está muito longe desses níveis.
Luís Avelãs
4:47
Nós não somos, nem nunca seremos, um país muito populoso ou particularmente rico que possa investir milhões e milhões na preparação dos seus atletas/equipas. Mas isso não significa que estamos condenados a ser 'pequenos'. Pode e deve-se fazer mais e melhor. E o apoio do estado é essencial. Se não diretamente, encontrando formas de facilitar os patrocínios aos atletas, premiando marcas e pessoas que os ajudam, concedendo benefícios fiscais, por exemplo. Mas essa não é a única área de ajuda fulcral. A conciliação com o ensino, a preparação do futuro dos atletas depois de encerarrem as carreiras, etc, etc, são temas que precisam de discussão e de melhoria. Há que perceber, de uma vez por todas, que aquela gente que chega ao nível de Jogos Olímpicos e que está ali a representar toda uma nação não pode ser descartável. É indigno ouvir a Yolanda Sequeira, de 21 anos, depois de ser quinta classificada, dizer que chegou a não ter dinheiro para comer. A falta de cultura, desportiva e não só, é o nosso maior problema!
Rui Carlos
4:49
Os Estados Unidos vão ganhar no basquetebol?
Luís Avelãs
4:53
Vamos ver. Até agora, ganharam um jogo obrigatório (na última madrugada contra o Irão) e perderam contra um adversário forte (a França). Longe vão os tempos em que os norte-americanos, em tudo o que dizia respeito ao basquetebol, precisavam apenas de aparecer para serem os melhores. Como também vai longe o poderio do primeiro (e único) 'Dream Team'. Hoje, os Estados Unidos continuam a ser uma potência na modalidade, mas já deixaram de jogar 'sozinhos'. Quando facilitam, perante determinados opositores, perdem. Veja-se até que em 3x3, no setor masculino, nem lograram a qualificação para Tóquio. Mas, vamos esperar, a partir dos quartos-de-final veremos se há equipa. Até agora, a qualidade tem sido muito fraquinha, é um facto.
4:55
Já não temos tempo para mais. Amanhã haverá mais conversas 'olímpicas', mas as charlas, hoje, ainda não acabaram. Estejam atentos. Obrigado pela participação e abraço a todos.
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